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Cuidados com o bebê prematuro

Foto do escritor: Marcelo SaldanhaMarcelo Saldanha

A gestação normal vai de 37 a 42 semanas, os bebês que nascem antes de 37 semanas são classificados como prematuros, quanto menor a idade gestacional maior é a prematuridade, chegando-se a classificar os bebês que nascem com menos de 28 semanas de prematuros extremos. De acordo com os dados do ministério da saúde, no Brasil, 12% dos nascimentos correspondem a bebês prematuros.

Sabemos que quanto mais prematuro o bebê nascer menos ele está preparado pra viver no mundo de fora do útero, sendo necessário uma série de medidas e tratamentos para sobreviver diante da sua imaturidade. As UTIs neonatais estão cada vez mais preparadas e resolutivas no atendimento desses pequenos bebês, levando a uma taxa de mortalidade cada vez menor.

Mas o que é motivo de grande dúvida para os pais são os cuidados pós alta da UTI neonatal. Entendemos que, para os pais, o cuidado de um bebê de época adequada (chamamos de a termo), não é uma tarefa fácil, imaginamos que os cuidados de um bebê prematuro é um desafio maior ainda. Esse artigo tratará de algumas das principais dúvidas para o cuidado desses bebês, mas não conseguiremos tratar de todos os aspectos pertinentes ao universo do prematuro, pois são inúmeras as possibilidades de alterações, complicações e cuidados especiais, visto que a prematuridade pode se manifestar em todos os órgãos do bebê, e que cada criança tem uma resposta diferente ao fato de nascer antes. Trataremos das principais questões que nos surgem, e que é motivo de muitas dúvidas aos pais e cuidadores.

1) Ganho de peso, crescimento e desenvolvimento: Nos últimos meses da gestação os bebês ganham muito peso, e, pelo fato do prematuro nascer antes, ele não se beneficia desse grande engorde de final de gestação. Na alta da UTI neonatal é necessário ganho de peso, por vezes maior em comparação aos bebês a termo, para que eles cheguem à média de peso para a idade, que dependendo da prematuridade, pode acontecer até o segundo ano de vida. Mas todos os bebês são diferentes uns dos outros, sendo que alguns recuperam esse peso mais rápido e outros demoram um pouco mais. É esperado um pequeno atraso no desenvolvimento, em comparação aos bebês a termo, mas é importante o acompanhamento com o pediatra para conversar sobre as metas do desenvolvimento, bem como tratamento de distúrbios que atrapalhem esse desenvolvimento.

2) Dificuldades alimentares: Muitos bebês prematuros, na sua estadia na UTI neonatal, necessitam de alimentação por intermédio de sondas, até conseguirem aprender a sugar e coordenar a sucção com a respiração e a deglutição. Isso, somado a imaturidade neurológica, faz com que os bebês sejam um pouco menos aptos a se alimentarem, necessitando de cuidados alimentares especiais, como leites e bicos de mamadeiras especiais, além de maior cuidado na hora de amamentar. Observamos que os bebês prematuros apresentam maior chance de desenvolveremalguns distúrbios extras, como constipação, intolerâncias alimentares, refluxo gastroesofágico e cólicas. Todos esses fatores podem levar a uma maior espera pela introdução de alimentação complementar, pois pode não ser adequado dar outros tipos de alimento por incapacidade de aceitação desses alimentos. Vá com calma e dê o tempo que for preciso,compartilhando essas situações com os profissionais adequados no acompanhamento da criança.

3) Alterações do sono e agitação: É muito comum ouvirmos os relatos da dificuldade de sono dos prematuros e agitação com choro excessivo.Isso se deve a múltiplos fatores: o tempo que passaram na UTI e a diferença de ambiência quando vão para casa, a imaturidade neurológia e a incapacidade de auto acalmar e a maior dificuldade de ajuste do relógio biológico. Também observamos diferenças no sono do prematuro em comparação ao bebê a termo, sendo normal que o bebê prematuro durma mais que um bebê a termo, porém, por períodos mais curtos.

4) Roupas e controle de temperatura: Os prematuros, pela menor quantidade de gordura corporal e pela imaturidade neurológica,costumam ter uma menor capacidade de regular a temperatura do que os bebês a termo, necessitando de um maior aquecimento. Esses ajustes visam tentar manter a temperatura corporal entre 36º a 37°C, mas, da mesma forma que precisam de um pouco mais de aquecimento, tem maior incapacidade de eliminar o calor excessivo, sendo comum o aumento da temperatura corporal acima de 37ºC com o uso excessivo de roupas, o que deve ser evitado também.

5) Vacinas: Recomenda-se o mesmo calendário vacinal dos bebês a termo, mas, para os prematuros extremos, o ministério da saúde disponibiliza algumas vacinas especiais além do calendário oficial.

6) Visitas: Em virtude da imaturidade imunológica do prematuro, temos que ter atenção especial à possibilidade de contaminação por agentes infecciosos, estando os prematuros mais suscetíveis a pegar mais infecções, portanto o cuidado deve ser redobrado. SEGUIR AS DICAS DE VISITAS JÁ EXPLICADAS AQUI:

7) Exposição ao fumo: A exposição ao fumo é um dos principais fatores ao desencadeamento de doenças respiratórias nos bebês, bem como pode ter um papel importante na síndrome de morte súbita do lactente.

Idade Corrigida

Bem, agora que você já sabe sobre muitos aspectos a respeito do prematuro, é importante que você saiba o que é a idade corrigida. A idade corrigida é a idade ajustada ao grau de prematuridade. É a idade que o bebê teria se tivesse nascido de 40 semanas, exemplo: se o bebê nasceu com 32 semanas e hoje está com 4 meses de vida, sua idade corrigida é 2 meses.

Por que é importante a idade corrigida? Os prematuros nasceram ainda imaturos, seus órgãos não estavam prontos para o nascimento, então é entendido que eles são mais novos do que sua idade real, sendo assim, é uma forma mais adequada de avaliar o desenvolvimento físico, intelectual e comportamental do prematuro, que poderá ser diferente do padrão típico de um bebê que nasceu de 40 semanas.


Dr. Marcelo Saldanha Pediatra


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